Caríssimos, escrevo-vos para vos falar sobre o que se irá passar após a vossas (nossa) vida laboral terminar. Quais serão as perspectivas para os reformados? A ING publicou um estudo, onde foram sondadas 15.000 pessoas em todo o mundo (especialmente Europa e América) e os resultados não foram muito animadores. Ora Vejamos…
Dos 15.000 sondados, 60% receiam ter dificuldades económicas após se reformarem. Metade dos europeus e dois terços dos americanos são obrigados a continuar a trabalhar após se reformarem, 75% dos americanos e 60% dos europeus acreditam que a sua qualidade de vida e poder de compra irão baixar substancialmente após a reforma.
No mesmo estudo, a ING avança que em média, tanto num lado como no outro do Atlântico, 25% dos inquiridos afirmam que não tem qualquer tipo de poupança: nem um pequeno fundo de emergência, quanto mais poupanças para a reforma.
Chapa ganha, chapa gasta!
Regra geral, qualquer pessoa deve ter uma poupança equivalente a cerca de 3 meses de ordenado como fundo de emergência. Em Inglaterra a media de poupanças por pessoa é de menos de um salário por pessoa, nos outro lado do Atlântico, 20% dos inquiridos avança que não têm qualquer tipo de poupança.
As taxas de juros actuais são miseráveis na América, e piores ainda na Europa, o que não incentiva a poupança das populações.
Dito isto, creio que (obviamente dependendo das possibilidades de cada um) a poupança deverá ser uma prioridade para todos, logo após as necessidades básicas de alojamento, alimentação, etc; e muito à frente de qualquer gasto consumista.
Claro que queremos ir jantar fora mais vezes, comprar mais uma par de calcas, mesmo já tendo 10 em perfeitas condições, e satisfazer mais mil e um caprichos e desejos que tenhamos, mas a poupança não pode ser descurada, sob o risco de passarmos dificuldades ou pelo menos reduzir o nível de vida a que nos habituamos.
E atenção, que não digo que a satisfação dos nossos caprichos pessoais não seja importante, mas temos que pensar no futuro! E nos nossos caprichos futuros! 😉
Não me querendo alongar muito sobre as formas de poupança disponíveis e quais as melhores opções consoante os objectivos de cada um, o ponto a frisar aqui é:
Poupar!
Inicialmente para fazer face a qualquer eventualidade, um fundo de pelo menos 2-3 salarios num instrumento que garanta liquidez imediata. Contas poupança, com acesso imediato e juros o mais altos possíveis creio que sejam as melhores opções.
Quando falamos em poupanças para um futuro distante (10 anos ou mais), como é o caso da reforma para a maioria dos leitores, as opções são infinitas! X tem a sua estratégia, W tem a sua e cada um de nos poderá desenvolver uma diferente.
Um portfolio diversificado deverá ter sempre uma componente do mercado acionista, que apesar de volátil e de alto risco, tem o histórico de maiores ganhos; do mercado obrigacionista em geral (mas existem excepções) acarreta menos risco e menos ganhos fornecendo uma componente mais estável ao portuário; uma componente mais liquida em dinheiro/cash acessível também deve ser considerada tanto como o fundo de emergência que falei anteriormente, mas também para agarrar uma oportunidade que eventualmente surja; algum ouro, apesar de não providenciar qualquer dividendo e de o seu valor poder subir ou descer, no longo prazo, o seu valor varia conforme a inflação, o que confere uma protecção para a mesma; investimento imobiliário também é uma opção possível, assim como tantas outras. Podia ficar aqui o dia todo…
Mas creio que para lidar com as constantes incertezas que se deparam sobre nos, diversificação é a palavra a reter.
E não se esqueçam, sem boas poupanças, nao podem haver bons investimentos!
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